quinta-feira, setembro 24

Ao pôr do sol



Era pôr do sol, e eu na minha rotineira caminhada, passava por ali, logo naquela rua, e todos os dias naquela casa pequena, de cor amarela, estava um senhor, parecia tão triste... E nas suas mãos continha uma rosa, que todos os dias variava-se a cor.
Eu jamais poderia deixar de notar naquele senhor, aquele seu semblante.
Resolvi então parar ali e lhe perguntar seu nome, ele me respondeu: - Simão! E o seu pequena moça?
- Vitória!
Nessa hora o mundo parecia ter parado! Assim que terminei de dizer meu nome vi uma lagrima correr sobre o rosto de Simão.E ele com um simples e triste sorriso:
-Este era o nome da minha amada.
-Era? -perguntei- Ela faleceu?
-A...Menina, tu é tão nova, mas sabe dos devaneios dessa vida...Eu vivi uma linda historia de amor com minha Vitória!
Eu me interessei tanto pela aquela historia, por aquele senhor, que quis saber mais... Então ele começou a me contar sobre aquela historia de amor, que quando vi, já estava tarde, me despedi de Simão, e lhe disse que eu iria voltar no dia seguinte, queria saber tudo sobre aquela historia.
Então todos os dias ao pôr do sol eu estava lá pronta para ouvir as historias de Simão, Simão se tornou meu amigo, meu conselheiro, o meu “velho sábio”, ele me dizia que eu deveria sempre seguir meu coração e meus sonhos. Eu sempre dizia a Simão que meu sonho era publicar um livro e claro... ser uma grande escritora!
Eu me identificava muito com aquele senhor, ele era tão gentil me contava belas histórias, poemas... então todos os dias eu estava ali, naquela casa amarela ouvindo historias e poemas, e a cada dia que se passava Simão conseguia alimentar aquele meu sonho...passaram se meses, e eu finalmente escrevi meu primeiro livro, e eu o dediquei a meu grande amigo, Simão.
A... minha alegria era tanta, queria mostrar meu livro a meu grande inspirador.
Estava louca para o cair do sol, e finalmente o sol se pôs, logo me apressei para encontrar-me com Simão, e enquanto eu caminhava observava uma senhora que andava na mesma direção em que eu andava, ela chorava, mas não me deixei incomodar muito, eu parecia um adolescente correndo pela rua, eu estava ansiosa....
Mas quando me aproximo da casa de Simão, vejo uma movimentação meio estranha ali, havia pessoas chorando...
Fiquei desesperada, não poderia ser o que eu pensava, comecei a falar comigo mesma que eu estava louca, que era apenas uma miragem, mas infelizmente não era, eu comecei a correr, como se estivesse fugindo de algo, estava fugindo da dor que estava surgindo no meu coração.
Sim, Simão havia acabado de falecer... Naquele momento o mundo desabou, tudo ficou escuro, o livro que estava em minhas mãos caiu. Meu Deus! Porque fez isso comigo? O meu Simão, meu amigo conselheiro.
Comecei a chorar desesperadamente, o mundo desmoronou, comecei a correr em direção a casa, procurando Simão, mas eu não o encontrava, Comecei a gritar como uma louca, chamava por Simão, meu livro estava ali, eu queria mostrar para ele meu livro!
Uma mulher veio me entregar uma carta, peguei a carta sem dizer nada, era de Simão...
Voltei para casa, fiquei dias sem dormir, todos os dias ao pôr do sol eu ia no mesmo lugar em que eu me encontrava com Simão, mas ele não estava lá!
E alguns por esses dias resolvi ler a carta, tinha medo de ler, e foi uma grande surpresa quando a li...
Na carta Simão dizia quão feliz era por conhecer uma menina que se interessava por literatura, pois não era comum nesta nova era, ele dizia que foi bom passar aqueles dias ali comigo, que para ele eu era como uma filha caçula, e que nesses seus últimos dias seu maior sonho era me ver lançar meu primeiro livro.Me derramei em lagrimas.
No dia seguinte não fui caminhar, fiquei ali naquele mesmo lugar, tentando acordar do pesadelo... Mas depois de alguns dias resolvi ir visitar o lugar onde me encontrava com Simão, no horário do por do sol, fui caminhando lentamente em direção a aquela pequena e agora tão sombria casa amarela....
E em homenagem a Simão deixei meu livro lá naquele banco em que todas as tardes conversávamos, e todos os dias deixava ali uma rosa de cor diferente....

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